Campos da ação empresarial
Uma empresa passa por diversas etapas desde a sua constituição. Depois de formada juridicamente, uma delas é a definição de suas atividades que vão gerar valor para um determinado segmento alvo escolhido deliberadamente, ou ainda gerado a partir da sua oferta, estratificado aleatoriamente a partir das percepções dos clientes. Essa etapa costuma estar ligada à definição dos produtos ou serviços ofertados e dos processos e posicionamento assumido.
Evoluindo com suas ações no mercado, a empresa vai melhorando o nível de organização dos seus recursos e desenvolve suas capacidades dinâmicas de acordo com os contextos e a própria lógica do setor de negócios.
Inicialmente, os atores da organização atuam de forma mais empírica, visando a adequação da proposta aos públicos que vão se desenhando como o segmento alvo da proposta de valor. No entanto, à medida que amadurecem e compreendem como otimizar seus resultados, começam a entender como funciona o comportamento de compra de seus consumidores, ampliando a consciência sobre a ação organizacional, que agora extrapola as fronteiras do negócio para o ambiente de negociações, visto que incluem o cliente e suas demandas.
Essas organizações, então, amadurecem e compreendem que seus clientes têm demandas específicas e que os fluxos de negociações dependem de fatores ambientais, além de suas simples respostas de necessidades, uma vez que incluem percepções diversas nessas decisões de consumo.
Nesse ponto, as organizações dão-se conta da necessidade de medidas de compreensão ambiental, pois chegaram ao ponto de entender que seus processos não geram demanda, e sim somente valor; e que seus clientes consomem seus produtos e serviços segundo suas lógicas e que essas decisões são reflexos de um conjunto maior de variáveis, ou seja, das percepções dos consumidores acerca dos ambientes macro e micro que atuam como indutores de favorabilidade de consumo.
Essa ampliação da maturidade pressupõe compreender quais forças do ambiente exercem impacto sobre os resultados da empresa, uma vez que as variáveis macroeconômicas, políticas e/ou sociais exercem influência sobre os consumidores, que respondem com maior ou menor nível de consumo da proposta do negócio, dependendo do nível de confiança na economia e no ambiente político constituído em suas percepções.
Desta forma, o campo da ação organizacional não se limita a uma visão interna de processos, e sim, é ampliado pela visão de consumidores e de ambientes de inserção do negócio, tudo atuando como promotores de desempenhos relativizados e composto de variáveis independentes, que atuam como preditoras dos resultados corporativos.